A alimentação é sempre um tema muito delicado para os pais. Os conselhos e as opiniões são tantos e tão díspares, que tornam difícil fazer as melhores escolhas. Ainda por cima, muitas dessas sugestões não passam de mitos sobre alimentação infantil.
Com a proliferação das redes sociais e dos blogs, observa-se o acentuar desses mitos o que pode acarretar sérios riscos para a saúde dos mais pequenos. Nomeadamente, a obesidade infantil, o grande flagelo e preocupação da actualidade, pelos muitos problemas a ela associados.
É importante conhecer alguns dos mitos da alimentação infantil.
Mito 1: Sumos de fruta são tão saudáveis quanto uma peça de fruta
Não é por ser o primeiro da lista, mas este é um dos principais mitos da alimentação infantil. A ideia que se de é fruta, é saudável, é muito recorrente, mas errada. E explicamos o porquê. Os sumos de fruta apresentam geralmente valores energéticos elevados, por conterem mais do que um tipo de fruta. Além disso, praticamente não contêm fibra, já que ela se perde durante o processo de liquidificação.
Mito 2: Os cereais são o melhor pequeno almoço.
Os cereais são muito práticos e as crianças adoram, mas a sua inclusão entre os alimentos saudáveis é outro mito alimentar infantil. A grande quantidade de açúcar e/ou gordura que normalmente contêm, fazem deles uma opção pouco recomendável para a criança começar o dia. Nesse sentido, o pão ou as tostas são bem mais interessantes para o pequeno-almoço.
Mito 3: Comer ovo sempre com carne ou peixe
Os ovos são uma excelente fonte de proteína, ricos em minerais (como o ferro, selénio, fósforo) e vitaminas (vitaminas do complexo B, vitamina A, vitamina D e vitamina K) e por isso, dispensam outras proteínas na mesma refeição. No entanto, a ideia de que o ovo é insuficiente e apenas um bom acompanhamento de carne ou peixe, é outro mito alimentar infantil que continua a prevalecer entre muitos pais.
Mito 4: O iogurte é uma sobremesa saudável
Dar o iogurte como sobremesa continua a ser um dos grandes mitos da alimentação infantil. Apesar de ser fácil de servir e de comer, não é, de todo, a melhor opção. E porquê? Porque o iogurte é rico em cálcio, um mineral que inibe a absorção do ferro contido na carne e no peixe. Logo, não deve ser consumido imediatamente a seguir ao almoço ou jantar. Já as frutas ricas em vitamina C, por potenciarem a absorção do ferro, são uma ótima escolha.
Ainda sobre os iogurtes, é também importante estar atento às quantidades de açúcar e de hidratos de carbono, pois é comum serem elevadas.
Mito 5: A ceia é fundamental
Durante os primeiros meses de vida é normal as crianças precisarem da ceia para ficarem saciadas. Mas a partir dos 6 meses, com a introdução das sopas, essa necessidade começa a ser mais um mito da alimentação infantil. Todavia, caso a criança peça ou já tenha passado pelo menos 2 horas desde o fim do jantar, não deixe de a servir.
Mito 6: Devemos comer tudo o que está no prato
Ter que comer tudo o que está no prato é outro dos mitos de alimentação infantil. As crianças têm uma perceção de saciedade diferente dos adultos. Assim, é importante respeitar a vontade delas desde que cresçam saudáveis e dentro dos seus percentis.
E da mesma forma que não deve obrigar a comer um alimento, também não deve dar outro de recompensa para ela comer o que lhe quer dar. Por exemplo: oferecer chocolate se comer os brócolos.
Mito 7: A papa é o primeiro alimento sólido a servir
Aqui não há regras. E quem disser o contrário está a fomentar um mito alimentar infantil. Aliás, actualmente, é muito frequente iniciar a diversificação alimentar pela sopa em detrimento das papas de cereais, visto que é nutricionalmente mais completa e com menor valor energético. Isto deve-se em parte ao índice de crescimento pretendido no primeiro ano e, sobretudo, à prevalência da obesidade infantil.
Mito 8: Devemos desistir de um alimento após a criança o recusar duas vezes
Mais um mito da alimentação infantil…e também muito recorrente. É normal as crianças recusarem alguns alimentos mais do que uma vez. Isso não significa que não gosta, mas antes a surpresa do sabor. Não se esqueça: a aprendizagem alimentar é um processo contínuo e moroso. Por isso, não desista à primeira ou nem à terceira tentativa. Volte a tentar mais à tarde. Passados uns dias ou até meses. Mas tente.
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